SOROCABA — Em um exemplo claro do abandono e da falta de compromisso do poder público com a população, um morador da próximo da Praça Guerino Pietrobom, cansado de esperar pela roçagem do mato alto, decidiu agir por conta própria. Luiz Antônio Feitosa, morador da região, comprou uma roçadeira com recursos próprios e executou o serviço que é responsabilidade da Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria de Serviços Públicos e Obras, atualmente sob comando do secretário Darwin de Almeida Rosa.

Enquanto o prefeito Rodrigo Manga insiste em afirmar que Sorocaba é “a melhor cidade do Brasil para se viver”, a realidade dos bairros conta outra história. O mato tomava conta da via, trazendo risco à segurança, à saúde e à mobilidade dos moradores. A vegetação alta favorece a proliferação de animais peçonhentos, impede a passagem de pedestres e prejudica a visibilidade de motoristas, transformando o problema estético em uma questão de segurança pública.

A situação se arrastava por semanas — ou meses — sem nenhuma resposta concreta da Prefeitura. Reivindicações foram feitas, mas a única ação visível veio de um cidadão comum, que, cansado da negligência, fez o trabalho que deveria ser executado com os recursos arrecadados via IPTU.

“Não dá mais para esperar. A gente paga imposto esperando no mínimo uma cidade limpa e segura. Tive que gastar do meu bolso para resolver o que é obrigação da Prefeitura”, afirmou Luiz Antônio.

O caso escancara a distância entre o discurso ufanista da atual gestão e o cotidiano dos moradores. Enquanto o prefeito aparece nas redes sociais fazendo propaganda de supostas conquistas, a população enfrenta abandono, mato alto, buracos nas vias, iluminação precária e ausência de serviços básicos.

A crítica se estende à Secretaria de Serviços Públicos e Obras, que, apesar de contar com orçamento e estrutura, falha em responder às demandas essenciais da cidade. Situações como essa tornam evidente que muitos bairros seguem esquecidos, mesmo diante de discursos oficiais que vendem uma cidade-modelo.

A pergunta que fica é: vivemos mesmo na melhor cidade do Brasil, ou apenas assistimos à melhor encenação política do país?