Sorocaba (SP) – 24 de junho de 2025 – Uma paródia musical intitulada “Marchinha da Transparência Escondida” ganhou repercussão nas redes sociais após denunciar, com ironia e criatividade, a postura da maioria dos vereadores de Sorocaba que votaram contra um projeto de lei que garantiria mais transparência à fila do SUS no município. A proposta, de autoria do vereador Dylan Dantas (PL), permitiria à população consultar sua posição nas filas de exames e atendimentos na saúde pública.
A votação polêmica aconteceu um dia após a veiculação de uma reportagem do G1 e da TV TEM, que revelou trechos de um relatório da Polícia Federal apontando suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo a atual gestão do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos). O projeto foi vetado pelo próprio prefeito, sob a justificativa de que “não há interesse público” na divulgação dessas informações — e o veto foi mantido com o apoio da base aliada na Câmara.
A marchinha satírica ironiza a submissão dos vereadores ao prefeito, questionando com humor se haveria “algo no ar” que explicasse tanta obediência, sugerindo, sem afirmar diretamente, que interesses ocultos — como um possível “Pix no meio do caminho” — poderiam estar influenciando as decisões.
Com trechos como “Se o Manga manda, eles obedecem, com um voto doce como mel” e “O Pix tá caindo, ô, e o povo que lute pra sobreviver”, a composição se tornou um símbolo de protesto popular, compartilhada em grupos de WhatsApp e perfis do Instagram por cidadãos indignados com a postura da Câmara diante da crise na saúde pública.
Reação Popular
A repercussão da paródia evidencia a insatisfação crescente da população sorocabana, que cobra explicações e responsabilidade política dos parlamentares que votaram contra a transparência. A lista dos nomes dos vereadores envolvidos circula junto com a música, acompanhada de críticas severas e apelos por memória política nas próximas eleições.
Arte como resistência
A “Marchinha da Transparência Escondida” é mais do que uma crítica bem-humorada. Ela se soma a um movimento crescente de uso da cultura e da música como ferramenta de resistência e denúncia. Em tom de sátira, a canção transforma indignação em mobilização, mantendo viva a discussão sobre o direito à saúde, à informação e à ética na gestão pública.
Ouça, compartilhe e reflita.
Porque a música pode até ser leve, mas a mensagem pesa — e a população de Sorocaba não vai esquecer tão cedo.
