População merece respeito, não manipulação
O vereador Rafael Militão tem utilizado as redes sociais para tentar justificar o injustificável: seu voto contrário à Lei da Transparência nas Filas da Saúde, um projeto que busca permitir ao cidadão o acesso à sua posição na fila de consultas, exames e cirurgias do sistema público de saúde em Sorocaba.
A justificativa apresentada pelo vereador — de que a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) impediria a divulgação dessas informações — é, no mínimo, desonesta. Trata-se de uma tentativa de distorcer uma norma federal para confundir a população e esconder a verdade por trás do seu voto.
Qualquer parlamentar minimamente preparado deveria conhecer um dos pilares do ordenamento jurídico brasileiro: o princípio da hierarquia das normas jurídicas. A LGPD não proíbe a transparência. Ela protege dados sensíveis, como nome completo, CPF e telefone, mas não impede que o cidadão acompanhe sua posição na fila por meio de um protocolo individualizado — exatamente como já ocorre em outros municípios que respeitam tanto a lei quanto seus cidadãos.
Ao rejeitar essa transparência, Militão não está protegendo o cidadão. Está protegendo a desorganização, o obscurantismo e, acima de tudo, os interesses políticos do Prefeito Rodrigo Manga, a quem serve com fidelidade irrestrita.
Não é coincidência: Rafael Militão ocupa a cadeira deixada por Vinícius Aith, atual secretário da gestão Manga. A permanência de Militão na Câmara está diretamente ligada à continuidade do atual governo — e por isso seus votos, invariavelmente, acompanham os interesses do prefeito, mesmo que isso signifique ir contra a população.
O projeto defendido pelo prefeito e apoiado por Militão propõe uma confusão entre as filas municipal e estadual. Isso, na prática, camufla os dados da gestão municipal e dificulta a responsabilização do poder público local, escondendo falhas, atrasos e má gestão. Em vez de transparência, temos cortinas de fumaça. Em vez de respeito ao cidadão, temos manipulação política.
A cidade de Sorocaba não precisa de vereadores que apenas ocupem cargos por conveniência política. Precisa de representantes que tenham coragem de defender o povo, que conheçam as leis, que saibam interpretá-las, e que não mintam para os mais humildes tentando usar a LGPD como desculpa para negar um direito básico: saber quando será atendido.
O que se viu foi uma tentativa grosseira de enganar o cidadão comum, especialmente os que mais sofrem esperando atendimento nas filas intermináveis da saúde pública. Ao invés de estender a mão ao povo, Militão estendeu o tapete para os interesses de um governo que prefere esconder os números a resolvê-los.
A transparência salva vidas. O voto de Militão escolheu o lado oposto.
