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PM de folga atira em civis durante cobrança de dívida e é preso em flagrante em Tatuí

Por Redação | 28 de junho de 2025

Mais um episódio lamentável envolvendo um agente da segurança pública veio à tona em Tatuí (SP), revelando o despreparo e a perigosa sensação de impunidade que ainda paira sobre alguns integrantes da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Na tarde da última quinta-feira (26), o soldado Alex Sandro Rosa de Lara Oliveira, de 36 anos, foi preso em flagrante após atirar contra dois homens durante uma suposta cobrança de dívida no Centro da cidade. O policial estava de folga, fora de serviço, acompanhado de duas mulheres – ambas de origem colombiana –, em uma tentativa de extorsão com o uso da força bruta e da intimidação armada.

A cena do crime foi o pet shop “Ração e Cia.”, localizado na Avenida Onze de Agosto. Lá, o PM se envolveu em uma briga com os dois homens – Éder Zacarias e Jaziel Gonçalves –, sacou sua pistola Glock .40 e efetuou um disparo que atingiu Éder na coxa. A justificativa do agente? Um disparo “acidental” ocorrido durante uma luta corporal.

Uma conduta criminosa que fere a missão da Polícia Militar

O caso foi registrado como extorsão, disparo de arma de fogo, lesão corporal e usura pecuniária, demonstrando que o agente não apenas violou protocolos, mas utilizou sua condição de policial para intimidar civis e participar de práticas criminosas — como agiotagem e cobrança de dívida com arma em punho. O uso de armamento institucional para fins pessoais, ainda mais criminosos, é uma mancha que a corporação precisa enfrentar com firmeza.

É inaceitável que um policial militar, alguém que foi treinado e autorizado a portar uma arma sob o pretexto de proteger a sociedade, use desse poder para resolver conflitos particulares com violência. O despreparo emocional, o desvio de conduta e a completa ausência de bom senso desse agente colocaram vidas em risco e colocam em xeque a credibilidade da instituição.

População desprotegida, criminosos fardados

Enquanto a população clama por segurança e integridade nas forças públicas, episódios como este só aumentam o medo e a sensação de abandono. O fato de que o próprio policial foi algemado por guardas civis ao ser confundido com um assaltante ilustra o quão grotesca foi sua conduta.

A atuação da Guarda Civil Municipal de Tatuí merece destaque: foram os GCMs que desarmaram e contiveram o policial, evitaram uma tragédia ainda maior e prestaram o primeiro atendimento às vítimas. Já o soldado De Lara, agora preso no Presídio Militar Romão Gomes, responderá por seus atos na Justiça.

O que a sociedade espera da PM?

É fundamental que a Polícia Militar revise seus critérios de avaliação psicológica, treinamento e acompanhamento de seus agentes. Casos como este não podem ser tratados como exceções isoladas, mas sim como sintomas de um sistema que ainda tolera abusos e desvios de conduta por parte daqueles que deveriam zelar pela ordem.

A farda não é escudo para crime. A população não pode mais conviver com policiais que cruzam a linha entre a autoridade e o autoritarismo, entre o serviço público e o interesse próprio — armados, violentos e fora de controle.

O mínimo que se espera agora é uma investigação transparente, punições exemplares e uma reflexão profunda por parte da PM e da Secretaria de Segurança Pública. O caso de Tatuí não pode ser apenas mais uma manchete trágica que será esquecida com o tempo. O combate ao crime deve começar também dentro das próprias instituições.


🟥 Denúncias contra abusos de autoridade podem ser feitas à Ouvidoria da Polícia pelo número 0800 0177 070 ou pelo site oficial do Governo de SP.

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