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Risco à Vida do Elefante Sandro gera alerta de especialistas: Transferência ao Santuário pode ser fatal

O debate em torno da transferência do elefante Sandro, atualmente abrigado no Zoológico Municipal de Sorocaba, para um santuário animal, ganhou um novo e preocupante capítulo. Especialistas alertam que a mudança, embora embasada por discursos de bem-estar animal, pode representar um risco à vida do animal — que já é idoso e possui uma relação consolidada com seus cuidadores atuais.

De acordo com o biólogo Henrique Almeida, a transferência de Sandro para o santuário pode gerar um nível extremo de estresse. “Estamos falando de um elefante asiático que há anos vive fora de um bando, sob cuidados específicos, com alimentação assistida e estímulos diários que fazem parte de sua rotina. Uma viagem longa, mudanças de ambiente e até mesmo a presença de outros elefantes podem ser traumáticas a esse ponto de sua vida”, afirma o especialista.

Henrique ainda lembra que, ao contrário do que se pensa, a reintegração de elefantes a bandos nem sempre ocorre com sucesso, especialmente quando o animal passou grande parte da vida em ambiente solitário e sob cuidados humanos. “Existe o risco de Sandro não ser aceito pelos outros elefantes do santuário. Isso acontece com frequência. Eles podem rejeitá-lo ou até mesmo agredi-lo. Não é algo que se resolve com boa intenção”, destaca.

Outro ponto levantado diz respeito à estrutura e fiscalização dos locais. Enquanto o zoológico de Sorocaba é aberto à visitação pública e frequentemente vistoriado por órgãos de controle e até mesmo pela sociedade civil, o santuário opera em um regime mais fechado, sem entrada de visitantes, o que reduz o monitoramento externo sobre as reais condições dos animais.

“Hoje Sandro brinca com os cuidadores, responde com entusiasmo à rotina e se alimenta bem. Não há sinais claros de estresse no habitat em que vive. Retirá-lo disso, para colocá-lo em um ambiente novo, sem a presença de quem ele já confia, é um risco. E no santuário, se algo acontecer, quem poderá atestar que o bem-estar dele está sendo garantido?”, questiona Henrique.

A discussão ganhou força nas redes sociais e entre ativistas ambientais, mas especialistas como Henrique pedem cautela. “Não podemos transformar decisões técnicas e biológicas em bandeiras ideológicas. A vida do animal deve estar acima de tudo, inclusive da narrativa.”

A Prefeitura de Sorocaba ainda não se pronunciou oficialmente sobre a possibilidade da transferência, mas a pressão de movimentos políticos e ambientais continua crescendo. Resta saber se, no fim das contas, o que será feito realmente será o melhor para Sandro — ou apenas o melhor para a consciência de quem olha de fora.

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