A Augusta e Respeitável Loja Simbólica Ética e Cidadania Nº 4.455, vinculada ao Grande Oriente de São Paulo (GOSP), publicou nesta terça-feira (15) uma Carta Aberta de Desagravo à sociedade de Sorocaba e região, após a absolvição judicial do ex-prefeito José Crespo no caso conhecido como “Falso Voluntariado”.
Reunida em assembleia no último dia 14, a Loja Maçônica decidiu, de forma unânime, se manifestar publicamente em defesa da honra de Crespo, afirmando que a Justiça reconheceu oficialmente sua inocência e que nunca houve base legal, moral ou fática para as acusações que levaram à sua cassação em 2020.
“Importante registrar que a recente decisão judicial não ‘inocenta’ José Crespo no sentido de apagamento de uma culpa anterior — pois culpa alguma jamais existiu”, diz o texto assinado pelos membros da gestão 2025/2026 da Loja. “A sentença extirpou, de forma definitiva, as falsas imputações que lhe foram feitas.”
Durante o período em que o processo tramitou na Justiça, a Loja afirma ter mantido silêncio institucional “consciente e respeitoso”, apesar do “pré-julgamento midiático” e da pressão política que, segundo os obreiros, cercaram o caso.
A carta destaca ainda a trajetória política de José Crespo, que ocupou mandatos como vereador, deputado estadual e, por fim, prefeito eleito com mais de 180 mil votos. A Loja ressalta que a cassação representou não apenas um golpe contra o político, mas também contra a continuidade de um projeto de governo sério e comprometido com a moralidade pública.
“A perseguição sofrida por Crespo manchou sua trajetória pública e violou valores democráticos fundamentais — entre eles, a legalidade, a presunção de inocência e o respeito ao mandato popular.”
Em tom firme, o documento define o posicionamento como um “ato de desagravo moral e cívico”, e faz um apelo para que a cidade de Sorocaba “reconheça os erros cometidos” ao afastar um gestor legitimamente eleito, com base em “acusações caluniosas e de cunho político”.
Apesar de não representar institucionalmente toda a Maçonaria, a ARLS Ética e Cidadania afirma falar em nome de princípios compartilhados pela Ordem, como liberdade, justiça, ética e cidadania, e direciona seu pronunciamento também à sociedade civil.
A carta termina com um chamado à reflexão sobre o uso político das instituições e a necessidade de resgatar valores éticos na administração pública:
“Sorocaba precisa reencontrar sua verdade, e isso passa por reconhecer os erros cometidos. A justiça foi feita. Agora, a honra deve ser restaurada.”
