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Prefeito de Sorocaba Rodrigo Manga é afastado por 180 dias em meio a desvio de recursos e crise na saúde

Sorocaba (SP) – O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), foi afastado do cargo por 180 dias nesta quinta-feira (6), por determinação judicial durante a segunda fase da Operação Copia e Cola, da Polícia Federal, que investiga suspeitas de desvios de recursos públicos na área da saúde. Fernando Neto (PSD) assume interinamente a prefeitura.

A operação, que começou em abril deste ano, identificou irregularidades em contratos com organizações sociais na Saúde e indicou um esquema de desvio de dinheiro público. Até o momento, a PF já bloqueou R$ 1,7 milhão, e decretou o sequestro de bens de investigados, que somam aproximadamente R$ 6,5 milhões. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, duas prisões preventivas e aplicadas medidas cautelares como a suspensão de funções públicas e restrições de contato entre os investigados.

O afastamento ocorre em meio a uma crise grave no setor de saúde da cidade. A ex-secretária municipal, substituída recentemente, havia declarado que remédios estavam em falta por problemas de compra e licitação, evidenciando falhas na gestão e impacto direto na população. A atual secretária, que não tem qualquer vínculo com os investigados da operação, apenas assumiu a pasta e demonstra o estado real da saúde em Sorocaba.

Em meio a esse cenário, Rodrigo Manga publicou um vídeo em suas redes sociais em que tenta transformar a gravidade da operação em narrativa de perseguição política, alegando que estaria sendo alvo de um suposto complô por ameaçar futuras candidaturas. No vídeo, ele afirma: “Me afastaram do cargo de prefeito. Fui ao Congresso, os deputados me receberam super bem, falando: ‘Manga, cuidado, estão tentando tirar você do jogo’. O que a gente ouve de bastidores é que qualquer um que ameaça está sendo perseguido.”

O problema é que, enquanto Manga se coloca como vítima, não oferece explicações sobre os R$ 1,7 milhão bloqueados, nem sobre os contratos suspeitos, nem sobre a falta de medicamentos na cidade. Especialistas apontam que essa postura busca desviar a atenção da população e da Justiça, transformando a gravidade das denúncias em um espetáculo político, sem enfrentar a crise que afeta diretamente milhares de sorocabanos.

Rodrigo Manga, eleito em 2020 após dois mandatos como vereador, se destacou como vendedor de veículos e criador de conteúdo digital. Sua presença nas redes sociais, com vídeos curtos e chamativos, ampliou sua visibilidade e popularidade. Entretanto, a popularidade nas redes não impede que a cidade enfrente falta de remédios, atrasos em contratos e suspeita de desvio de dinheiro público, colocando em xeque sua gestão.

A Justiça determinou a indisponibilidade de bens e aplicação de medidas cautelares, reforçando a gravidade do esquema investigado. O afastamento de Manga evidencia que nenhuma narrativa de perseguição pode se sobrepor à necessidade de transparência e responsabilidade na administração pública, sobretudo em um setor vital como a saúde.

Enquanto o prefeito tenta transformar sua crise judicial em uma narrativa de perseguição política, Sorocaba segue enfrentando os impactos de uma gestão que não explicou nem solucionou problemas críticos, deixando a população vulnerável e a confiança pública abalada.

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