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STJ rejeita habeas corpus de Rodrigo Manga e mantém investigação da PF sobre contratos da saúde em Sorocaba

Pedido da defesa buscava barrar inquérito antes do avanço das investigações da Polícia Federal. Ministro do STJ entendeu que recurso foi apresentado na instância errada. Operação Copia e Cola já havia cumprido mandado na casa do prefeito.

Por Redação Sorocabano
02/07/2025 – 22h20

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou nesta terça-feira (1º de julho) o pedido de habeas corpus preventivo apresentado pela defesa do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos). O recurso tentava suspender o inquérito da Polícia Federal, que investiga supostos desvios de recursos públicos na área da saúde do município, por meio de contratos firmados com organizações sociais (OSs).

A apuração da PF deu origem à Operação Copia e Cola, deflagrada em 10 de abril de 2025, que cumpriu 28 mandados de busca e apreensão, incluindo no gabinete e na residência do prefeito. A operação também resultou na apreensão de carros de luxo, armas e mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo.

O pedido de habeas corpus

O habeas corpus foi protocolado no STJ pela equipe de advogados de Manga, liderada por Daniel Bialski, buscando o trancamento do inquérito ou, no mínimo, a suspensão das investigações até que a Justiça decidisse sobre a legalidade das provas colhidas pela PF.

A defesa argumentava que o prefeito estaria sendo alvo de “constrangimento ilegal”, alegando dois pontos principais:

  1. A suposta incompetência da Justiça Federal para conduzir o caso, já que os recursos investigados teriam sido transferidos à Prefeitura por meio da modalidade “fundo a fundo”, o que, segundo a defesa, transferiria a competência para a Justiça Estadual.
  2. A ilegalidade no acesso aos Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) do COAF, que teriam sido solicitados pela PF sem autorização judicial, com base em indícios genéricos — o que, segundo os advogados, configuraria uma “pescaria probatória”.

O habeas corpus foi apresentado diretamente contra uma decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), que havia autorizado medidas investigativas contra Manga, como buscas e bloqueios de bens.

Decisão do STJ

O pedido, no entanto, foi rejeitado pelo ministro Sebastião Reis Júnior, relator do caso no STJ. Na decisão, o magistrado “não conheceu” o habeas corpus — termo jurídico que significa que o tribunal se recusou a analisar o mérito do pedido.

O motivo foi processual: a defesa deveria ter recorrido primeiro à Justiça Federal em São Paulo, antes de acionar o STJ. Como essa etapa não foi cumprida, o ministro entendeu que não poderia julgar o caso, sob risco de violar o princípio da não supressão de instância.

Com isso, a investigação da Polícia Federal segue em andamento, sem qualquer liminar ou decisão que limite suas ações até o momento.

O que diz a defesa

Em nota enviada à imprensa, os advogados de Rodrigo Manga — Daniel Leon Bialski, Bruno Garcia Borragine, André Bialski, Flávia Maria Ebaid e Júlia Zonzini — confirmaram a rejeição do habeas corpus e informaram que o mesmo pedido já foi submetido à Justiça Federal de origem, onde aguarda julgamento.

“A defesa já apresentou diversos documentos à Justiça e aguarda que a investigação seja arquivada com brevidade, elidindo-se as injustas ilações vazadas”, diz o texto.

Outros desdobramentos

A investigação da Polícia Federal gira em torno de contratos emergenciais firmados pela Prefeitura com a OS Aceni para a gestão de unidades de saúde, como as UPAs do Éden e da Zona Oeste, entre 2021 e 2022. A suspeita é de fraudes e desvios de recursos públicos, inclusive verbas federais transferidas para o combate à pandemia.

Outro personagem envolvido no caso é Paulo Korek, também investigado, que teve negado seu pedido de liberação de passaporte pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte entendeu que o pedido ainda não foi julgado pela instância inferior, e portanto, o STF não poderia analisar o caso nesse momento.

O Sorocabano.com procurou a Prefeitura de Sorocaba e a assessoria do prefeito Rodrigo Manga, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

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