Sorocaba, SP – O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), afastado do cargo nesta quinta-feira (6/11), teve mais um capítulo de sua turbulenta administração revelado: a Polícia Federal (PF) prendeu o pastor Josivaldo Batista, cunhado de Manga, marido da irmã da primeira-dama Sirlange Maganhato, durante a segunda fase da Operação Copia e Cola, que investiga desvios na área da saúde municipal.
A prisão de Josivaldo Batista, líder da igreja Templo Glória e Renovo de Deus, foi confirmada por fontes da PF. Ele já era investigado desde a primeira fase da operação, deflagrada em abril deste ano, quando foram apreendidos cerca de R$ 863 mil em espécie em endereços ligados ao religioso. Movimentações financeiras suspeitas envolvendo a igreja, que possui duas sedes em São Paulo, chamaram a atenção das autoridades.
Em paralelo, a operação também prendeu o empresário Marco Silva Mott, amigo de infância do prefeito, suspeito de atuar como lobista e de lavar dinheiro em diversos contratos da prefeitura. Na residência dele, foram apreendidos dinheiro em espécie e uma coleção de relógios de luxo. A defesa de Mott afirmou que a prisão seria “desnecessária” e baseada em “conjecturas e suposições”, garantindo que irá esclarecer os equívocos.
Além das prisões, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) determinou o sequestro de bens de investigados no valor aproximado de R$ 6,5 milhões e a aplicação de medidas cautelares, incluindo suspensão de função pública e proibição de contato entre determinadas pessoas. Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e contratação direta ilegal.
O afastamento de Rodrigo Manga do cargo foi motivado por indícios de envolvimento em irregularidades nos contratos da saúde municipal, investigadas desde 2022. Com o afastamento, o vice-prefeito Fernando Costa Neto (PSD) assume o comando da cidade. Nas redes sociais, Manga publicou vídeo afirmando que “não vai desistir de Sorocaba”, mesmo sem responder diretamente às acusações.
A defesa do prefeito questiona a legalidade das investigações, alegando que a PF teria agido de forma “manifestamente incompetente” e que o afastamento se baseia em “ilação sobre supostas irregularidades de 2021”, sem comprometer a continuidade de seu mandato.
Desde a primeira fase da operação, buscas já haviam sido realizadas na Prefeitura, na casa do prefeito e na residência do ex-secretário municipal de Saúde Vinicius Rodrigues. A investigação aponta indícios de fraudes na contratação de uma Organização Social para gestão de unidades de saúde, além de atos de lavagem de dinheiro por meio de depósitos em espécie, boletos e negociações imobiliárias.
A Operação Copia e Cola continua, com mandados de busca e apreensão em Sorocaba e outras cidades, além do monitoramento de bens e recursos financeiros ligados aos investigados. A Polícia Federal segue analisando documentos e movimentações financeiras para identificar todos os envolvidos no esquema.
