Uma investigação conduzida pelo Gaeco de São Paulo e pela Polícia Federal revelou possíveis conexões entre o ex-vereador de Sorocaba, Cícero João, e o empresário Ademir Pereira de Andrade, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato de Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu em novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Cícero João, que não conseguiu se reeleger em 2024, alcançando apenas 2.501 votos, está no centro das atenções devido à proximidade com Ademir, já preso por lavagem de dinheiro para a facção criminosa. O empresário, que utilizava o mercado imobiliário para movimentar recursos ilícitos, chegou a doar R$ 16 mil para a campanha de Cícero em 2020. Ademir também mantém imóveis em Sorocaba, cidade onde Cícero declarou um patrimônio de R$ 5.024.879,00 à Justiça Eleitoral.
Embora tenha negado qualquer relação comercial com Ademir, o ex-vereador reconheceu conhecê-lo como empresário do setor imobiliário. No entanto, as frequentes interações entre os dois nas redes sociais e a doação eleitoral lançam dúvidas sobre a extensão dessa ligação.
Ademir é acusado de ser um dos mandantes da execução de Gritzbach, delator-chave em uma das maiores investigações sobre lavagem de dinheiro da facção criminosa. O assassinato de Gritzbach teria sido motivado por sua colaboração com a Justiça, o que incluiu a denúncia de esquemas que envolviam lavagem de milhões em dinheiro e criptomoedas.
O caso gera grande repercussão em Sorocaba, com moradores e lideranças locais cobrando apurações mais detalhadas. Autoridades reforçam que as investigações continuam, e tanto Cícero João quanto a defesa de Ademir negam qualquer irregularidade.
