A Ronda Ostensiva Municipal (ROMU) de Sorocaba, recriada pelo Secretário de Segurança Urbana, Beto Maia, voltou a operar em moldes semelhantes aos anteriores, apesar da suspensão determinada pela Justiça. A decisão judicial previa que a unidade ficasse inativa “pelo tempo necessário ao bom andamento das investigações e dos processos judiciais em curso”, especialmente após a prisão de nove guardas municipais sob suspeita de irregularidades.
Mesmo com o processo ainda em andamento e guardas municipais sob investigação, Beto Maia teria tomado medidas para reativar a ROMU, contrariando não apenas a determinação judicial, mas também um pedido expresso do Ministério Público. Dentre as ações para retomar as atividades da unidade, destaca-se a adesivação de veículos destinados às Rondas Escolares, incluindo uma caminhonete L200 recebida por meio de um encaminhamento do Governo Federal.
Denúncias recebidas pelo portal Sorocabano.com apontam que a ROMU já está novamente envolvida em operações como apreensão de drogas e outras ações anteriormente restringidas pela Justiça. A reativação da unidade levanta questionamentos sobre a legalidade da decisão e o desrespeito à determinação judicial e ao Ministério Público, que solicitavam a manutenção da suspensão para garantir a imparcialidade das investigações.
Além disso, membros da ROMU foram acusados de levarem suspeitos a uma área isolada e submetidos a agressões. Também há denúncias de abusos cometidos contra mulheres de suspeitos, sendo essas algumas das razões que levaram à suspensão da unidade.
O caso reacende o debate sobre a transparência e o respeito às instituições no município. Especialistas ouvidos pela reportagem destacam que a atuação da ROMU, sem uma resolução definitiva dos processos em curso, pode comprometer a credibilidade das investigações e configurar desobediência judicial.
Diante dos acontecimentos, espera-se um posicionamento do Ministério Público e das autoridades judiciais sobre a retomada das atividades da ROMU. Até o momento, a Prefeitura de Sorocaba e a Secretaria de Segurança Urbana não se manifestaram oficialmente sobre o caso.
