A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou nesta segunda-feira (16) um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado. O processo está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Os advogados de Bolsonaro alegam que Cid mentiu em seu depoimento e violou o sigilo da colaboração premiada. Como prova, citaram mensagens reveladas pela revista Veja, supostamente enviadas por Cid por meio do perfil “gabrielar702” no Instagram.
Caso o pedido de anulação não seja aceito de imediato, a defesa solicita que o STF oficie a empresa Meta, responsável pelo Instagram, para fornecer informações detalhadas sobre o perfil em questão. Entre os dados requeridos estão o IP, localização, histórico de dispositivos e todo o conteúdo de mensagens trocadas.
A defesa também quer que o prazo para apresentar novos pedidos de diligência só comece a contar após manifestações da Procuradoria-Geral da República (PGR), do próprio Mauro Cid e da Meta. Os advogados reiteraram ainda o pedido de acesso integral às provas colhidas nas quebras de sigilo digital feitas nas fases anteriores da investigação.
Na última sexta-feira (13), o ministro Alexandre de Moraes já havia determinado que a Meta preservasse todos os dados dos perfis “@gabrielar702” e “Gabriela R”, que teriam sido usados por Mauro Cid. Ele ordenou ainda o envio ao STF de informações como dados cadastrais, número de celular, e-mails, mensagens trocadas entre maio de 2023 e junho de 2025, e registros de acessos por dispositivos e navegadores.
Em resposta, a defesa de Mauro Cid negou qualquer relação com os perfis e classificou a acusação como uma “falsidade grotesca”. Os advogados pediram que o STF abra uma investigação para identificar o verdadeiro responsável pelas contas.
A defesa do tenente-coronel também rebateu suspeitas de que ele estaria planejando fugir do país, afirmando que essa versão foi “inventada por Bolsonaro”.
