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Segurança Pública: República de Bananas quer palavras doces ao invés da crítica aos problemas


É lamentável constatar a persistência de desafios estruturais na segurança pública em Sorocaba. O recente roubo à loja Balão da Informática, a meros 190 metros do Batalhão da Polícia Militar, levanta questionamentos sobre a eficácia das instituições encarregadas da segurança na região.

É inegável que a Constituição Federal atribui a responsabilidade pela segurança pública ao Estado, mas a situação aponta para uma falta de coordenação entre as diferentes esferas de governo. O empresário afirma que a cobrança deve ser dirigida à Prefeitura, enquanto a resposta do Secretário de Segurança do Estado sugere acionar a Guarda Municipal. Esta ambiguidade nas atribuições deixa a população vulnerável e sem uma solução clara.

Ao questionar um interlocutor do Guilherme Derrite sobre os roubos na região, é perturbador descobrir que a resposta sugere a Guarda Municipal, cuja função primordial é “guardar” o patrimônio municipal. Isso destaca a necessidade urgente de uma revisão nas competências e colaboração efetiva entre as diferentes instituições de segurança.

Além disso, é evidente que o problema vai além da falta de recursos na Polícia Militar. A defasagem de mais de 20 anos na infraestrutura policial é um reflexo de escolhas políticas que não priorizaram a segurança da população. O atual esforço para formar novos policiais é uma medida positiva, mas é apenas o começo de uma solução mais abrangente.

A questão da impunidade também é preocupante. A falta de leis penais robustas que mantenham os delinquentes na prisão contribui para a sensação de que o crime compensa. Benefícios excessivos, como saídas de feriados e redução de pena por bom comportamento, tornam-se incentivos negativos para quem busca a prática criminosa.

Contudo, é crucial reconhecer que a solução não está apenas nas instituições governamentais. A falta de civilidade na população, a falta de entendimento sobre quem responsabilizar e cobrar, e a preferência por discursos suaves em vez de críticas diretas perpetuam o status quo. O Brasil precisa de uma população ativa e informada, capaz de exigir mudanças substanciais em vez de se contentar com palavras doces que mascaram a realidade desafiadora que enfrentamos.

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